The Interiors Mind

Blog de Inspiração e Dicas de Decoração

Importância da Arte na Decoração

30 Novembro 2023

Sophia Hamilton da Cruz é uma arquiteta apaixonada pela arte desde a infância, cujas atividades manuais e plásticas sempre foram suas preferidas. Com uma formação em Arquitetura, incluindo um Mestrado em Madrid, Sophia mergulhou no universo das artes, explorando técnicas de pintura abstracta que enriqueceram a sua compreensão e técnica artística.

 

Hoje, Sophia equilibra a sua vida entre a arquitetura e a pintura, considerando a última como seu refúgio criativo, permitindo-lhe explorar livremente a expressão plástica e emocional. Nesta entrevista, ela compartilha a experiência fascinante de transformar sua arte em almofadas em colaboração com Jota Barbosa Interiors, tornando a arte mais acessível e integrada no quotidiano das pessoas. Não perca esta entrevista inédita.

 

 

1 | Sendo arquiteta de profissão, como surgiu a paixão e dedicação pela arte? De que forma a sua formação em arquitetura influencia o seu trabalho artístico?

 

Sophia Hamilton da Cruz: Costumo dizer que sou Arquitecta de profissão e artista de paixão. Desde muito pequena que adoro desenhar e pintar. As actividades manuais e plásticas sempre foram as minhas brincadeiras preferidas em criança. 

 

Fiz o meu último de Mestrado em Arquitectura em Madrid, onde fui atrás de uma compreensão mais profunda e global do universo das artes e tive aulas de pintura abstracta, onde aprendi diferentes técnicas e desenvolvi novas formas de criar, que ponho em práctica até aos dias de hoje. Esta experiência foi fundamental para aprimorar a minha compreensão e técnica artística.

 

Hoje em dia, a pintura tornou-se no meu refúgio, proporcionando um escape ao que a arquitectura tem de mais racional. É através da arte que posso explorar livremente e de forma autodidata a minha criatividade, trabalhando com cores, formas e texturas de uma maneira que me completa. Não diria que o meu trabalho como arquitecta influencia o meu trabalho artístico, mas sim que estas duas práticas completam o meu universo artístico. Enquanto a arquitetura aborda desafios mais estruturais e funcionais, a pintura proporciona-me uma forma única de explorar a expressão plástica e emocional. Trabalhar em paralelo nas duas áreas contribui para me sentir completa profissionalmente. 

 

 

 

2 | Para quem está interessado em apreciar ou adquirir as suas obras, onde podem encontrar as criações de Sophia Hamilton da Cruz? Existe alguma galeria, plataforma online ou showroom que represente o seu trabalho?

 

Sophia Hamilton da Cruz: As minhas obras podem ser vistas no meu atelier, que fica na Calçada Marquês de Abrantes, em Lisboa, através de marcação de visita. Tenho também obras expostas e disponíveis para venda na Comporta, na loja RICE by Marta Mantero; em Cascais, na loja Invicta Cascais; e no Porto, na Jota Barbosa Interiors

 

 

 

3 | Como encara a importância da arte na decoração de espaços e de que forma a Sophia acredita que ela pode influenciar o ambiente e as pessoas que o frequentam? Como isso se alinha à visão artística da Sophia?

 

Sophia Hamilton da Cruz: Para mim, a arte desempenha um papel fundamental na vida das pessoas e é uma parte intrínseca no meu processo artístico. Acredito que a presença da arte na decoração de espaços é essencial, vai muito além de meramente preencher paredes vazias. A arte tem o poder de transformar completamente um ambiente e influenciar as emoções das pessoas que o frequentam. A arte é uma linguagem universal capaz de comunicar mensagens, contar histórias e criar um diálogo silencioso entre o espectador e o ambiente. Na minha visão artística, acredito que a arte transcende a mera estética e é uma extensão do ambiente, interagindo de maneira única com as pessoas que o vivenciam. Cada obra de arte possui uma energia própria, e essa energia pode influenciar o estado de espírito das pessoas. 

 

Quanto à minha abordagem artística pessoal, procuro criar obras que não apenas se integrem visualmente ao espaço, mas que também transmitam emoções e estimulem a imaginação. Acredito que a arte deve provocar uma resposta visceral, uma conexão entre a obra e o observador. Ao alinhar essa visão à decoração de espaços, pretendo contribuir para a construção de ambientes que vão além do funcional, tornando-se verdadeiras experiências sensoriais e emocionais para quem os habita. A arte quando incorporada com o design de interiores, pode transformar um espaço comum num lugar extraordinário, enriquecendo a vida das pessoas que o habitam.

 

 

 

4 | Para aqueles que desejam ter uma obra sua ou encomendar um quadro personalizado, como podem solicitar um quadro by Sophia Hamilton Cruz? Pode partilhar um pouco sobre o processo de desenvolvimento de uma obra personalizada?

 

Sophia Hamilton da Cruz: Os interessados em adquirir uma obra minha podem entrar em contacto comigo através do meu site ou redes sociais, onde disponibilizo todas as informações sobre as obras que tenho de momento disponíveis e o que é necessário para iniciar o processo de uma encomenda.

 

Trabalhar com encomendas é, de facto, uma das partes mais gratificantes do meu trabalho como artista. A oportunidade de criar algo único e especial para uma pessoa específica e um determinado espaço é uma experiência muito enriquecedora.

 

O primeiro passo é iniciar uma conversa com o cliente para compreender as suas preferências e a atmosfera que deseja criar no espaço em que a obra será colocada. Essa troca de ideias é fundamental para que a obra corresponda à expectativa e ao propósito do comprador, mantendo sempre o meu cunho artístico. Ofereço também apoio na definição do tamanho da obra e do layout. 

 

Estou sempre aberta a novos desafios e colaborações que me permitam explorar novas ideias, criando obras que não só levam a minha assinatura artística, mas que também refletem a identidade e os desejos exclusivos de quem as encomenda. 

 

 

 

5 | A colaboração com Jota Barbosa Interiors de transformar a sua arte em almofadas converteu-se numa extensão interessante do seu trabalho. Como surgiu essa parceria e como encara a transformação da arte num produto de decoração, como forma de ampliar o alcance da expressão artística?

 

Sophia Hamilton da Cruz: A colaboração com Jota Barbosa Interiors para transformar minha arte em almofadas foi, sem dúvida, um desafio muito interessante e enriquecedor para o meu trabalho artístico. Essa parceria surgiu de uma convergência de visões artísticas e da busca por novas formas de dar vida às minhas criações.

 

Encaro essa transformação da arte em produtos de decoração como uma forma de tornar a arte mais acessível e integrada ao quotidiano das pessoas. As almofadas, nesse contexto, tornam-se mais do que simples acessórios decorativos. Ampliar o alcance da expressão artística através de produtos de decoração não apenas democratiza o acesso à arte, mas também permite que as pessoas incorporem a estética e a individualidade das obras no seu ambiente diário.

 

Esta colaboração representa uma maneira inovadora de explorar os limites da expressão artística, mostrando que a arte pode transcender fronteiras tradicionais e ser apreciada de maneiras inesperadas.

 

 

 

6 | A coleção Blur Series revelou-se um conceito visualmente interativo, destacando-se uma fusão de formas e cores. Pode partilhar a inspiração por detrás dessa coleção e de que modo ela se diferencia das suas outras obras?

 

Sophia Hamilton da Cruz: O convite da Jota Barbosa Interiors chegou até mim no momento em que estava à espera do meu primeiro filho. Nesse período de introspeção e antecipação da maternidade, já me encontrava no início do processo de criação de uma nova série que retratasse o mundo dos sonhos e do etéreo. O foco dessa série era capturar a essência daquele momento, explorando obras onde as fronteiras convencionais entre formas e cores se desvanecem. O termo “Blur” adotado para a série reflete precisamente a minha intenção artística: suavizar as linhas e criar uma estética etérea que captura a efemeridade do movimento e da transformação. Esta série destaca-se das minhas outras obras pela sua abordagem mais experimental e pela ênfase na fusão orgânica de elementos, onde utilizei também novos materiais como o pastel e o tecido. 

 

 

 

7 | A parceria com a Chanel é notável. Pode partilhar um pouco sobre como surgiu essa colaboração e de que modo a identidade da Chanel se reflete nas suas criações artísticas?

 

Sophia Hamilton da Cruz: A oportunidade surgiu com iniciativa da Chanel de trabalhar com artistas e promover a expressão artística, alinhando-a à estética e aos conceitos distintivos da marca. Convidaram-me para desenvolver uma série exclusiva de 25 quadros, da minha serie Kintsugi, inspirados na filosofia da marca, para o lançamento dos novos produtos da linha Sublimage.

 

O desafio foi incorporar elementos da minha própria abordagem artística, proporcionando uma fusão significativa entre a tradição artesanal do Kintsugi e a inovação contemporânea característica das minhas criações. Cada obra, visava capturar a essência do poder regenerador inerente aos produtos da linha Sublimage. O resultado final foi uma série de quadros que não apenas ilustravam visualmente os produtos Sublimage, mas que também contavam uma história rica em significado, unindo as raízes culturais do Kintsugi à visão vanguardista da Chanel.

 

 

 

8 | A abordagem única da Sophia à arte, especialmente com o uso do Kintsugi, é uma técnica bastante interessante. Como se estabelece essa ligação entre a tradição artística japonesa e a inovação contemporânea, e que mensagem pretende transmitir com essa fusão?

 

A série Kintsugi nasce a partir da necessidade de dar uma nova vida ao desperdício que tinha no meu atelier, é uma serie que alia arte à sustentabilidade.  Resgato fragmentos de testes de cor e pinturas que estavam destinados a uma gaveta, ou ao caixote do lixo, e crio uma composição onde utilizo a técnica Kintsugi, que tem como princípio utilizar o ouro como meio de reparação. Cada fragmento é cuidadosamente incorporado à obra, criando uma narrativa visual que celebra a jornada criativa e a capacidade de transformação. A serie Kintsugi é um convite à reflexão sobre a importância do processo e a encontrar beleza na imperfeição, onde se procura ressignificar algo que à partida já não teria uso, e dar lhe um novo significado. 

 

 

 

9 | Ao longo da sua carreira, qual foi o projeto de arte mais desafiante que enfrentou e executou? Quais foram os obstáculos encontrados e como superou esses desafios criativos?

 

Não consigo identificar um projeto específico que possa considerar como o mais desafiante. Contudo, debato-me diariamente com desafios que fazem parte do meu processo criativo, obstáculos relacionados à auto-reflexão e à superação de pressões internas. Muitas vezes, o meu foco está centrado no acto de pintar em si, onde o processo e a criação artística têm um significado mais profundo para mim do que o resultado final. Daí vem a necessidade de corresponder a determinadas expectativas e a frustração de isso interferir com a liberdade de explorar o meu próprio processo criativo. A superação desses desafios ocorre não apenas através da prática contínua, mas também pela compreensão gradual daquele que é o meu processo criativo e de como o equilibrar com a autenticidade do meu estilo.

 

 

Contactos

 

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